O presidente da Conttmaf, Carlos Müler, participou de reunião da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria Naval Brasileira com o presidente Lula nesta quarta-feira (20/3).

Estiveram em pauta questões muito importantes para o Brasil como a indústria naval nacional, a geração de empregos nos setores marítimo, offshore e nos estaleiros, e os prejuízos à nação causados pelo afretamento sem limites de navios de outras bandeiras pela Petrobras na cabotagem.

O encontro foi solicitado pelos deputados federais líderes da Frente Parlamentar: Alexandre Lindenmeyer e Jandira Feghali (Presidente e vice-presidente, respectivamente).

Na ocasião, Lindenmeyer entregou ao presidente Lula o relatório elaborado pela Frente com propostas para o setor.

A deputada Jandira Feghali enfatizou a necessidade de se corrigir pontos da BR DO MAR que prejudicam a soberania do Brasil e os trabalhadores nacionais.

Ela também criticou a utilização excessiva de navios estrangeiros pela Petrobras. Conforme observou, são recursos significativos enviados para outros países que deixam de gerar renda e desenvolvimento no Brasil.

Carlos Müller pediu que sejam estabelecidos limites para a Petrobras no afretamento de petroleiros registrados no exterior.

O dirigente sindical lembrou que enquanto no setor de transporte de cargas mais de 90% dos contêineres são transportados em navios de bandeira brasileira, na Petrobras, menos de 10% do petróleo está sendo levado em embarcações de bandeira nacional em nossa costa.

“O Brasil não deveria continuar dependente de outros países no transporte de petróleo. Se não tivessem sido construídos 26 navios do Promef entre 2009 e 2019, já não teríamos nenhum navio petroleiro em bandeira brasileira na maior empresa do País”, criticou Müller.

Segundo ele, o presidente Lula sinalizou que a Petrobras necessita cumprir a sua função social com o povo brasileiro e contribuir para gerar riqueza e empregos em nosso País.

Ressaltou, ainda, que a visão dos dirigentes de uma empresa com as características da Petrobras não deveria ser, somente, a de gerar dividendos para os acionistas.

Lula concordou que a construção naval e a Marinha Mercante nacionais não podem ser desprezadas pela Petrobras.

Participaram da reunião o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o secretário de Integração Nacional, André Ceciliano, deputados e deputadas da frente federal e das estaduais do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul.

Os trabalhadores foram representados pelas seguintes entidades sindicais: Conttmaf, CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos) e FUP (Federação Única dos Petroleiros). O setor patronal esteve presente nas figuras do Sinaval e da Transpetro.