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Para a indústria de petróleo brasileira, o ano de 2018 terá apenas seis meses. O motivo é que, por ser um ano eleitoral, a principal cliente do setor, a estatal Petrobras, só poderá realizar concorrências para contratação de bens e serviços no primeiro semestre. A análise é da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (Abespetro), que reúne gigantes globais do setor como GE, Halliburton, Schlumberger, Transocean, Siemens, Aker Solutions, entre outras.

"Sou otimista com cautela, porque vamos ter que fazer tudo o que tiver que acontecer até julho. Isso significa uma atividade bastante acelerada no começo do ano, principalmente porque a Petrobras estará contratando vários FPSOs [plataformas marítimas de produção e armazenamento de petróleo e gás natural]", afirmou Claudio Makarovsky, novo presidente da Abespetro, que tomará posse no cargo na primeira semana de janeiro. "Tivemos os leilões [de áreas exploratórias], que já começam a gerar demanda por sondas. Vai ser um ano bem agitado", completou.

Nos próximos cinco anos, a Petrobras prevê investir US$ 74,5 bilhões, dos quais 81% (US$ 60,3 bilhões) no segmento de exploração e produção, principal área de atuação das associadas da Abespetro. Especificamente na área de produção, a estatal prevê a entrada em operação de 19 novos sistemas de produção offshore (marítimo) entre 2018 e 2022.

Com relação a este ano, segundo Makarovsky, existe uma combinação de fatores favoráveis para o setor petróleo. Entre esses motivos estão a retomada dos leilões, que demandarão bens e serviços de fornecedores, as mudanças regulatórias implementadas pelo governo e a evolução do preço do barril do petróleo em 2017.

Também contribui positivamente, destacou ele, a definição pelo governo de um cronograma de leilões de blocos exploratórios até 2019. "Em se mantendo isso, já dá [para a indústria] uma linha de planejamento bem interessante. Se os leilões acontecerem em 2019, a indústria já começa a se planejar até 2025", afirmou. "Temos que destravar investimentos. Precisamos de atividade. Essa indústria está desmobilizada. E, se desmobilizar um pouco mais, acabou".

De acordo com levantamento feito pela associação, em 2017, foram concluídos apenas 14 poços exploratórios, o pior resultado anual desde o início da série histórica da Abespetro, em 2004. E o número de utilização de sondas de perfuração permaneceu em apenas 16 unidades, mantendo patamar observado desde o início de 2016 e que também é o pior da séries histórica. O número de sondas de perfuração em atuação é o "termômetro" da atividade exploratória petrolífera do país. Além disso, cada sonda significa a geração de 1 mil empregos diretos e indiretos, segundo a Abespetro.

Fonte: Valor