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A indústria, a construção e a administração pública foram as atividades que mais fecharam postos de trabalho no trimestre encerrado em fevereiro, na comparação ao trimestre móvel anterior, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No total do país, o número de trabalhadores ocupados ficou 0,9% menor no trimestre encerrado em fevereiro, 858 mil a menos na comparação ao trimestre móvel anterior. Desta forma, a taxa de desemprego do país avançou de 12% no trimestre encerrado em novembro para 12,6% no trimestre findo em fevereiro deste ano.

De acordo com a pesquisa, a indústria geral reduziu em 244 mil o número de trabalhadores ocupados frente ao trimestre móvel anterior, reduzindo em 2% seu quadro. O setor desmobiliza, assim, o pessoal que foi contratado no fechamento de 2017 com objetivo de garantir a oferta de produtos no fim de ano.

A queda do emprego foi disseminada dentro da indústria, sem um destaque específico. Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, afirma que o movimento seria esperado por causa da sazonalidade típica do emprego neste começo de ano. "É um movimento que se repete ao longo dos anos", disse Azeredo.

O setor de construção, por sua vez, cortou 277 mil trabalhadores no período de dezembro a fevereiro. Neste caso, os cortes foram concentrados em trabalhadores com carteira de trabalho assinada. "Não são pessoas que fazem bicos, pequenas obras. A queda tem a ver com a crise", disse o coordenador de Trabalho e Rendimento.

O grupo chamado de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais fez uma redução expressiva de 435 mil pessoas. Segundo IBGE, o movimento também seria sazonal, típico de início de ano. "Existe um movimento de dispensa no fim e início de ano no setor", disse Azeredo.

Fonte: Valor Econômico