Os dirigentes das principais centrais sindicais expuseram suas divergências nas ruas de São Paulo na última sexta-feira (30) durante atos contra as reformas trabalhista e previdenciária.
CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Força Sindical não divergiram apenas da abertura de negociação com o governo Michel Temer mas também das propostas em curso.
Numa tentativa de deter as manifestações, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, propôs a substituição do imposto sindical pela contribuição assistencial.
A CUT concorda com a proposta. A Força Sindical, não.
Embora repita que a CUT não negocia com o governo, o presidente da central, Vagner Freitas, defende o fim do imposto sindical –equivalente a um dia de trabalho por ano– e sua substituição pela contribuição assistencial, cuja cobrança é autorizada em assembleia após negociação salarial por categoria.
O presidente da CUT duvida, porém, da disposição do governo de negociar. Segundo ele, o governo Temer não tem, neste momento, autoridade para propor mudanças.
"O governo só tem intenção de esvaziar o ato de hoje. Mas respeito a decisão de outras centrais", disse Freitas, lamentando a ausência dos militantes da Força Sindical no protesto da noite desta sexta-feira na avenida Paulista.
"A Força Sindical fez falta", lamentou Vagner Freitas.
Diferentemente da CUT, o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, e o presidente da UGT, Ricardo Patah, defendem a manutenção do imposto sindical, com extinção gradual.
Sobre a contribuição assistencial, UGT e Força reivindicam sua legalização. A proposta apresentada pelo presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o "Paulinho da Força, é de ampliação da cobrança para todos os trabalhadores.
Segundo Juruna, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, propôs que a contribuição sindical seja substituída pela contribuição assistencial, cujo valor é definido em assembleia.
"Cada sindicato decide a quem vai repassar, a qual federação, qual confederação e qual central. No caso do imposto sindical, era uma coisa obrigatória todo mês de março (para) quem trabalha e quem não trabalha, quem tem acordo coletivo e quem não tem", disse Juruna.
Fonte: Folha de S. Paulo