Diante do anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que assinará a adoção de tarifas à importação de aço e de alumínio para proteger os produtores americanos, as centrais sindicais, preocupadas com os empregos, preparam atos e manifestações em diversos locais.
O anúncio da medida causa enorme preocupação de que, se a taxação for confirmada, as exportações brasileiras de aço e alumínio serão afetadas, com diminuição da produção e, consequentemente, dos empregos no Brasil. A intenção é preservar milhares de empregos que serão perdidos na cadeia produtiva do setor e a cota de exportação.
É importante também o governo brasileiro buscar negociação com governo americano, acionar a OMC (Organização Mundial do Comércio) visando diminuir os impactos da adoção da tarifa imposta pelos Estados Unidos.
Paulo Pereira da Silva (Paulinho da Força)
Presidente da Força Sindical
Vagner Freitas
Presidente da CUT
Ricardo Patah
Presidente da UGT
Adilson Araújo
Presidente da CTB
José Calixto
Presidente da NCST
Antonio Neto
Presidente da CSB
Miguel Torres
presidente da CNTM/Força Sindical
Paulo Cayres
presidente da CNM/CUT
Miguel Torres
presidente da CNTM/Força Sindical
Paulo Cayres
presidente da CNM/CUT
Siderúrgicas perdem R$ 1,7 bilhão em um dia no Brasil
Fonte: A Tribuna On-line
As ações das empresas CSN, Usiminas e Gerdau fecharam com forte queda na sexta-feira
A ameaça americana de taxação em 25% do aço importado, anunciada na quinta-feira (1) pelo presidente Donald Trump, preocupou as siderúrgicas instaladas no Brasil. A medida será detalhada a partir da próxima semana e coloca as indústrias em alerta. "Um terço das exportações brasileiras de aço tem como destino os Estados Unidos", disse Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil (IABr).
As ações da CSN, Usiminas e Gerdau fecharam com forte queda na última sexta-feira (2), entre os piores desempenho da Bolsa. Juntas, as três perderam R$ 1,7 bilhão em valor de mercado.
No ano passado, o País exportou 15,3 milhões de toneladas de aço dos quais 4,7 milhões de toneladas (US$ 2,6 bilhões em receita) foram para o mercado norte-americano, segundo a IABr. Só a CSA, que pertence ao grupo ítalo-argentino Ternium, tem contrato anual de 2 milhões de toneladas de aço para a Calvert, no Alabama. A francesa Vallourec, com unidades em Minas Gerais, exporta 70% de sua produção, boa parte para os EUA.
Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) disse que a decisão dos EUA de impor sobretaxas é "injustificada, ilegal e prejudica o Brasil". Para a entidade, as medidas anunciadas por Trump "vão afetar US$ 3 bilhões em exportações brasileiras de ferro e aço e US$ 144 milhões em exportações de alumínio".
A CSN e outras siderúrgicas no País começaram a intensificar as exportações nos últimos anos, após a longa recessão que se abateu sobre o Brasil. Fontes ligadas à siderúrgica comandada pelo empresário Benjamin Steinbruch afirmaram que a empresa aposta na recuperação do mercado interno. A CSN exporta placas para sua unidade em Indiana, nos EUA, que é reindustrializada.
Os papéis da CSN encerraram a sexta-feira com recuo de 5,05%, cotados a R$ 9,21. As ações da Usiminas caíram 3,9%, a R$ 11,34, enquanto as da Gerdau baixaram 1,46%, a R$ 16,90 (os papéis da holding da família caíram 2,38%).
Para Lopes, do IABr, apostar na recuperação do mercado doméstico é uma temeridade. "O Brasil produziu 34 milhões de toneladas de aço em 2017, dos quais 15,3 milhões foram exportadas. Ainda há capacidade ociosa no País", disse ele, lembrando que o consumo aparente ficou em 19 milhões de toneladas no ano passado. "As vendas no mercado doméstico foram de 16 milhões de toneladas de toneladas."
No início desta semana, Lopes e representantes das principais indústrias instaladas no País participaram de reuniões nos EUA para tentar sensibilizar o governo americano sobre os impactos de tarifas sobre o aço brasileiro. "O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os EUA, atrás do Canadá, e cerca de 80% do que o Brasil vende ao mercado americano é reprocessado. Os EUA importam cerca de 30 milhões de toneladas e, com essa medida esse volume vai sobrar", disse.
Procurada, a Usiminas informou que as novas medidas a serem publicadas pelo governo dos EUA não devem ter impacto relevante para a empresa, uma vez que o país contribuiu com 4% das vendas externas da companhia no ano passado. A empresa destina apenas 15% de suas vendas totais ao mercado externo.
À reportagem, a Vallourec não revelou dados de exportação, mas afirmou que, atualmente, a unidade brasileira exporta aproximadamente 70% da produção e que o mercado americano é um dos principais compradores. A CSN não comentou o assunto. Já a Gerdau não retornou os pedidos de entrevista.
Fonte: Centrais Sindicais