O Brasil caiu 17 posições no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), publicado nesta quarta-feira pela organização Transparência Internacional. De um total de 180 nações analisadas no relatório de 2017, o país despencou para a 96ª colocação no ranking global, contra a 79ª colocação da pesquisa anterior. O índice brasileiro saiu de 40 para 37 pontos, numa escala de 0 a 100, em que zero significa alta percepção de corrupção e 100 representa elevada percepção de integridade. Qualquer nota menor que 50 no IPC mostra que o país está falhando em lidar com a corrupção.

Com a queda na pesquisa de 2017, o Brasil se encontra na pior situação dos últimos cinco anos e empata com Colômbia, Indonésia, Panamá, Peru, Tailândia e Zâmbia, além de se posicionar atrás de países como Timor Leste, Sri Lanka, Burkina Faso, Ruanda e Arábia Saudita. Somente Libéria e Bahrein apresentaram recuo maior que o do Brasil, de 32 e 33 posições, respectivamente.

Segundo a Transparência Internacional, uma das explicações para a trajetória de queda do Brasil no índice é explicado pelos efeitos de grandes operações como a Lava-Jato. "As grandes operações de investigação e repressão dos últimos anos trouxeram avanços importantes, como a redução da expectativa de impunidade", analisa Bruno Brandão, representante da Transparência Internacional no Brasil. "Contudo, não houve em 2017 qualquer esboço de resposta sistêmica ao problema. Ao contrário, a velha política que se aferra ao poder sabota qualquer intento neste sentido", conclui.

Nas Américas, a última colocação fica novamente com a Venezuela, que caiu duas posições em relação ao estudo de 2016 e, com seus 18 pontos, figura na posição 168 do ranking global. O país presidido pelo chavista Nicolás Maduro está atrás inclusive do Haiti, que subiu dois pontos, para 22, colocando-se em 157º no ranking global.

O mais bem posicionado no continente americano é o Canadá, que está na oitava colocação, com 82 pontos, seguido pelos Estados Unidos, com 75 no índice.

Fonte: Valor Econômico