Marina Silva

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Ex-ministra criticou silêncio do presidente e cobrou envolvimento de governadores e Congresso para frear bloqueio a rodovias.

A ex-ministra e deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) disse na 2ª feira (31.out.2022) que o presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado em sua tentativa de reeleição no domingo (30.out), tem uma “ansiedade tóxica” por um movimento de rompimento constitucional em seu benefício. Segundo Marina, a falta de uma declaração pública do chefe do Executivo reconhecendo o resultado da eleição presidencial é parte de uma estratégia para causar instabilidade no país. “O Bolsonaro tem uma ansiedade tóxica por algum tipo de levante que o leve para o braço dos insurretos da Constituição”, disse Marina durante o programa “Roda Viva”, da TV Cultura.

Para a deputada eleita, a adesão aos bloqueios ou interdições de rodovias por todo o país em protesto à vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deve predominar entre os mais de 58 milhões que votaram no atual presidente, mas tem o apoio do próprio Bolsonaro. “O silêncio dele é a conivência com o que está acontecendo em relação aos caminhoneiros”, afirmou. 

Ela cobrou envolvimento direto de governadores e do Congresso para desescalar as manifestações. “Assegurar a democracia agora é um ato de alta responsabilidade não só por parte da Justiça, mas dos agentes políticos para não expor mais ainda a sociedade aos prejuízos que o Bolsonaro causa”, disse. 

GOVERNO LULA

Questionada se terá um cargo na Esplanada dos Ministérios no 3º mandato de Lula, Marina desconversou. “Tudo que o candidato da frente única não precisa é de aliados que ficam reivindicando ministério.

Essa é uma decisão do presidente com base naquilo que ele acha que é melhor para o seu governo”, disse.  Ela avaliou que o governo eleito deve dar novo escopo à visibilidade internacional do Brasil, principalmente em matéria ambiental.

Para a deputada eleita, Bolsonaro abordava a temática em reuniões multilaterais “sempre com uma postura de chantagear os países” com exigências de financiamento para fiscalizar e reduzir o desmatamento na Amazônia.  “Temos o compromisso de fazer a recuperação e reflorestamento de algo em torno de 12 milhões de hectares. Não só as florestas de cultivo, mas com espécies nativas”, disse Marina. “Isso tem potencial de gerar 200 mil empregos”, completou.

Segundo a ex-ministra, o governo eleito deve criar o posto de Autoridade Nacional para mudanças climáticas aos moldes da ANSN (Autoridade Nacional de Segurança Nuclear), mas não deu detalhes sobre quais seriam as competências da função ou se estaria cotada para assumi-la.