IMAGEM: DIVULGAÇÃO PETROBRAS
Em mais um movimento eleitoreiro, a novela do preço dos combustíveis volta à tona. Quando reduziu o preço da gasolina e do diesel, o governo justificou que estava seguindo o preço internacional. E havia razões técnicas para isso, o preço do barril de petróleo no mercado internacional estava realmente baixo.
No dia 25 de setembro, o barril brent estava em US$ 82,86. No entanto, ontem bateu US$ 92,39, US$ 10 dólares a mais, uma alta de 1,25%. A Associação dos Importadores de Combustíveis afirmou que o preço no Brasil está defasado em 8% na gasolina e 3% no diesel.
Com a alta do barril brent, o governo não fala mais em acompanhar os preços internacionais, mas em trocar a diretoria. De novo, vamos ver esse filme repetido. Toda vez que há a intenção de subir os preços, quando é contrariado, ele troca todo mundo. Bolsonaro mudou três presidentes e diversos diretores que ele mesmo indicou. O governo Bolsonaro transformou a governança da Petrobras em uma lojinha de um dono.
A Petrobras pertence a brasileiros e a investidores estrangeiros, o governo tem apenas a maioria do capital votante. Há regras de conformidade que devem ser seguidas.
Uma das pessoas que ele quer colocar na diretoria é Esteves Colnago, atual secretário do Tesouro. Ele já ocupou diversos cargos, é um faz-tudo do governo Bolsonaro na área econômica.
O outro nome é Wagner do Rosário, que é atual controlador geral da União. E não controla nada. Só controla a favor do governo. Ele nunca fez o controle de alguma coisa que incomodou o governo. Outro faz- tudo do governo.
O plano é segurar o preço até o segundo turno e depois pode subir, enganando os eleitores. Não há uma fala do presidente que não bata no peito que ele reduziu a gasolina. Reduziu porque caiu no mercado internacional, mas caiu também porque, com a desoneração, o setor público está deixando de arrecadar algo como R$ 100 bilhões em PIS/Cofins/Cide e de ICMS que trouxe perda para os estados.
FONTE: O GLOBO