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O percentual de famílias endividadas ficou estável em 62,2% em dezembro, depois de cinco altas seguidas. Os dados constam da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada na última sexta-feira (5) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Na comparação com dezembro de 2016, houve alta de 3,2 pontos percentuais.
A proporção das famílias com dívidas ou contas em atraso também ficou praticamente estável em dezembro, atingindo 25,7% do total, ante 25,8% em novembro. Na comparação com dezembro de 2016, houve alta de 1,7 ponto percentual.
O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar as suas contas ou dívidas em atraso recuou de 10,1% em novembro para 9,7% em dezembro, mas apresentou alta em relação aos 9,1% de dezembro de 2016, diz a CNC.
Para Marianne Hanson, economista da CNC, o resultado mostra que a taxa de desemprego ainda alta dificulta a redução das dívidas, apesar do ambiente de melhora na economia.
"Acredito que vá melhorar [a inadimplência], porque tem correlação forte com emprego e já observamos alguma melhora no mercado de trabalho, embora lenta. Com recuperação em 2018, esperamos resultado um pouco melhor do mercado", diz Marianne.
Ela ressalta que esse nível de contas em atraso ainda é muito alto no universo histórico da pesquisa, iniciada em 2010. A economista lembra que em setembro o percentual de dívidas ou contas em atraso atingiu 26,5%, abaixo apenas dos 27,3% de março de 2010 e dos 29,1% de janeiro de 2010. Marianne afirma que, mesmo com a queda para 25,7%, o patamar ainda é elevado.
"Apesar da melhora, os indicadores de inadimplência ainda estão muito altos", pondera, reforçando que apenas uma melhora paulatina do mercado de trabalho ajudará a reduzir mais fortemente a inadimplência.
A pesquisa de dezembro mostrou ainda que a proporção das famílias que se declararam muito endividadas diminuiu entre novembro e dezembro de 2017 -- passou de 14,6% para 14,1% do total de famílias. Na comparação anual, manteve-se estável. O percentual de famílias que se declararam pouco endividadas teve alta na comparação mensal: passou de 24,6% para 25,1% do total de entrevistados. Em relação ao mesmo período de 2016, também ocorreu aumento de 1,2 ponto percentual.
O tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas foi de 64,3 dias em dezembro de 2017, superior aos 63,8 dias de dezembro de 2016. Em média, o comprometimento com as dívidas foi de 7,1 meses, sendo que 32,9% das famílias possuem dívidas por mais de um ano. Entre aquelas endividadas, 22,6% afirmam ter mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.
Para 76,7% das famílias que possuem dívidas, o cartão de crédito permanece como a principal forma de endividamento, seguido de carnês (17,5%) e financiamento de carro (10,9%).
A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional) é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010. Os dados são coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com cerca de 18 mil consumidores.
 
FONTE:VALOR ECONOMICO