IMAGEM:  U.S. Navy Photo

Em resposta à escalada de conflitos regionais no Oriente Médio, a Administração Marítima dos EUA emitiu um novo comunicado ao transporte marítimo que melhora as diretrizes anteriores para navios comerciais com bandeira dos EUA que navegam através de áreas de alto risco, incluindo o Sul do Mar Vermelho, o Estreito de Bab el Mandeb e o Estreito de Bab el Mandeb, o Golfo de Aden, bem como o Estreito de Ormuz e as águas circundantes.

A nova orientação abrangente, que substitui um aviso anterior, surge em resposta à situação volátil da segurança marítima na região, resultante de uma combinação de ataques Houthi do Iémen, do ressurgimento da pirataria somali e de ações agressivas do Irã que estão afetando as rotas marítimas internacionais, fundamental para a economia global.

Apesar dos esforços dos EUA e dos seus aliados para salvaguardar estas águas através de operações como a Operação Prosperity Guardian liderada pelos EUA e a Operação Aspides da UE no Mar Vermelho/Golfo de Aden, juntamente com a Operação Atalanta da UE ao largo da costa da Somália, estes esforços têm sido até agora ineficaz em garantir o livre fluxo de comércio na região, especialmente no que diz respeito ao Mar Vermelho.

Nomeadamente, uma das novas recomendações aconselha que os navios desliguem os seus transponders do Sistema de Identificação Automática (AIS) para reduzir o risco de serem alvos, especialmente em áreas onde a ameaça das forças Houthi é mais significativa.

Desde Novembro, o grupo terrorista Houthi tem como alvo dezenas de navios com alegadas afiliações com Israel, os EUA e o Reino Unido, em apoio aos palestinianos “sob cerco” em Gaza. Às vezes, essas afiliações foram imprecisas.

Além das ameaças da pirataria Houthis e da Somália, o comunicado também cobre os riscos das forças iranianas no Golfo Pérsico, no Estreito de Ormuz, no Golfo de Omã e no Mar Arábico. Após a retirada dos Estados Unidos do Acordo Nuclear com o Irão, pelo antigo Presidente Trump, em 2018, o Irão tentou embarcar e apreender ilegalmente navios comerciais em mais de 20 ocasiões.

O comunicado do MARAD enumera vários incidentes apenas no ano passado, incluindo a apreensão iraniana, em Abril de 2023, do navio-tanque Suez Rajan, com bandeira das Ilhas Marshall, no Golfo de Omã. Este mesmo navio, renomeado St. Nikolas, foi novamente apreendido no Mar da Arábia em Janeiro de 2024. Além disso, em Maio de 2023, o Irã apreendeu o petroleiro Niovi, com bandeira do Panamá, no Estreito de Ormuz. As forças iranianas também tentaram, sem sucesso, apreender o petroleiro TRF Moss, com bandeira das Ilhas Marshall, e o petroleiro Richmond Voyager, com bandeira das Bahamas, no Golfo de Omã, em julho de 2023, mas foram dissuadidas pela resposta das forças navais dos EUA na região.

“As forças iranianas utilizaram pequenos barcos e helicópteros durante as operações de abordagem e tentaram forçar navios comerciais a entrar em águas territoriais iranianas”, afirma o comunicado.

O comunicado do MARAD recomenda que os navios afirmem a sua adesão ao direito internacional caso sejam abordados pelas forças iranianas e permaneçam o mais longe possível das águas territoriais do Irã, sem comprometer a segurança da navegação.

A pirataria também continua a ser uma ameaça persistente ao transporte marítimo, com recentes incidentes de embarques e sequestros no Golfo de Aden, no Mar Arábico e no Oceano Índico, incluindo os sequestros dos navios comerciais Ruen e Abdullah. A consultoria recomenda a adesão às Melhores Práticas de Gestão para Deter a Pirataria (BMP5) e a consulta ao site da Maritime Global Security para orientação pré-operação.

O comunicado também alerta sobre veículos aéreos não tripulados (UAVs) e minas de lapas que representam uma ameaça para navios comerciais em áreas que incluem o Golfo Pérsico, o Estreito de Ormuz, o Golfo de Omã e o Mar da Arábia. Os membros da tripulação são aconselhados a se mudarem para um espaço seguro na embarcação se houver suspeita de um UAV. As minas de lapas, que podem ser fixadas aos cascos dos navios, têm sido utilizadas para danificar navios comerciais nos últimos anos.

Outro desenvolvimento significativo incluído no aconselhamento é a criação do Centro Conjunto de Informações Marítimas do Mar Vermelho/Golfo de Aden (JMIC). O comunicado descreve isto como um esforço colectivo que visa fornecer avaliações de ameaças e relatórios de incidentes atualizados para melhorar a coordenação da resposta.

O comunicado enfatiza a importância da vigilância e da implementação de medidas de segurança a bordo, incluindo a manutenção de uma vigilância adequada, a preparação para respostas de emergência e a adesão às diretrizes da Guarda Costeira dos EUA para operar em águas de alto risco.

A orientação atualizada da Administração Marítima dos EUA sublinha a evolução dos desafios de segurança nestas vias navegáveis ​​críticas do Médio Oriente e adota uma abordagem abrangente, aprendendo com incidentes passados, para melhorar a segurança marítima na região através da cooperação internacional.

FONTE: GCAPTAIN