IMAGEM: Qian Wenpan/Nanfang Daily/VCG via Getty Images
Para a indústria que depende de insumos importados, a situação é alarmante. A viagem de um contêiner que normalmente custava US$ 1.000, agora não sai por menos de US$ 10 mil. Isso quando existem produtos disponíveis, pois o mais comum é não ter disponibilidade dos insumos a preço algum.
Como uma das muitas consequências da pandemia, ocorreu um congestionamento sem precedentes nos principais portos do mundo. A situação foi causando uma reação em cadeia em que praticamente toda a economia sentiu falta de algum item no seu processo de produção.
A interrupção do fluxo de mercadorias causadas por vários lockdowns pelo mundo causou problemas desde o início, mas que até há pouco tempo foram minimizados pela queda da demanda. Agora, o consumo está sendo retomado rapidamente e a logística não tem a mesma agilidade para normalizar. O desequilíbrio causou uma explosão no custo do transporte e, em seguida, desabastecimento.
Para completar a tempestade perfeita, o centro da confusão é a China, maior exportadora do planeta e maior parceiro comercial do Brasil. O contêiner de 20 pés embarcado em Xangai com destino a Santos, que há um ano custava US$ 1.500, hoje não entra no navio por menos do que US$ 11 mil. Em dólar o aumento no período já é insustentável. Calculem, então, em real.
Com isso, quase 70% das indústrias consultadas pela Confederação Nacional da Indústria apontam a falta ou o alto custo das matérias-primas como principal problema enfrentado.
No segmento de manufaturados plásticos a situação é de colapso. É praticamente impossível comprar matéria-prima e equipamentos em condições satisfatórias, e o mercado não vê solução anterior a meados de 2022. E considerando os indícios preocupantes da pandemia, com novas variantes e vacinação abaixo do esperado, é bem provável que o cenário ainda piore antes de começar a melhorar.
Análise da S&P Global Platts Analytics informa que o cenário favorece a alta dos preços do polietileno, polipropileno e PVC na América Latina. Mas alguns analistas até começam a duvidar da alta, pois não acreditam que o preço possa ficar mais alto do que já está. Ou, embora fontes do mercado vejam pouco espaço para que os preços subam acima dos níveis vistos no primeiro semestre.
FONTE: DIÁRIO DO GRANDE ABC