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Buscas pela tripulação desaparecida do Eternity C terminam enquanto o Mar Vermelho afunda ainda mais na crise
A busca pelos tripulantes restantes do Eternity C, um graneleiro afundado por rebeldes Houthi no Mar Vermelho, foi formalmente encerrada, com pelo menos quatro marinheiros presumivelmente mortos e 11 ainda desaparecidos, de acordo com as empresas de segurança Ambrey e Diaplous Group. O navio foi atacado em 7 de julho em um ataque contínuo envolvendo drones, barcos carregados de explosivos e fogo de armas de pequeno porte, levando ao seu naufrágio no dia seguinte.
O ataque ocorreu apenas um dia após o Magic Seas, outro graneleiro de bandeira liberiana e propriedade grega, ter tido o mesmo destino em circunstâncias semelhantes. Os incidentes consecutivos marcaram a semana mais mortal de violência marítima no Mar Vermelho desde o início da campanha Houthi contra a navegação comercial no final de 2023, com Israel pedindo aos EUA que retomem sua campanha de bombardeios contra o grupo iemenita.
Novas imagens de satélite revelaram enormes manchas de óleo saindo de ambos os naufrágios, levantando sérias preocupações ambientais. Análises do grupo pacifista holandês PAX estimaram que a mancha do Eternity C se estende por mais de 80 km, enquanto o rastro do Magic Seas se estende por cerca de 65 km. O vazamento ameaça a vida marinha e ecossistemas protegidos, incluindo reservas naturais na Eritreia e águas adjacentes.
Dez marinheiros foram resgatados do Eternity C, incluindo oito filipinos, um grego e um indiano, membro da equipe de segurança da embarcação. No entanto, as esperanças para os que ainda estão desaparecidos diminuíram.
Os Houthis reivindicaram a responsabilidade pelos ataques, que, segundo eles, visam empresas ligadas a Israel. Ambos os navios afundados já haviam feito escala em portos israelenses, o que, segundo analistas, desencadeou os ataques. A embaixada dos EUA no Iêmen acusou os Houthis de sequestrar alguns dos tripulantes sobreviventes, uma alegação ainda não verificada.
Desde novembro de 2023, os Houthis lançaram mais de 100 ataques a embarcações comerciais, afundando quatro navios e matando pelo menos oito marinheiros, de acordo com dados de segurança marítima.
O medo do terrorismo marítimo Houthi aumentou, com a tripulação de algumas embarcações transmitindo mensagens AIS declarando sua religião ou neutralidade política na tentativa de evitar serem alvos. Declarações como "Toda a tripulação é muçulmana" e "Não somos afiliados a Israel" começaram a aparecer em sistemas de rastreamento de embarcações, embora especialistas alertem que tais táticas dificilmente oferecerão proteção real.
De acordo com dados do AIS, o tráfego comercial diário pelo Estreito de Bab al-Mandeb — um ponto crítico de estrangulamento marítimo — caiu de 79 navios por dia no final de 2023 para apenas 32 a 35 embarcações nos últimos dias. Com o aumento do medo e a falta de um caminho claro para a segurança, os armadores continuam a redirecionar o tráfego ao redor do Cabo da Boa Esperança.
FONTE: SPLASH247.COM