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Índia proíbe uso de certificados estrangeiros fraudulentos de competência em operações contra marítimos

O órgão de fiscalização marítima da Índia proibiu seus armadores e recrutadores licenciados de empregar cidadãos indianos portadores de certificados de competência (CoCs) de diversos países com bandeira de conveniência, após alegações generalizadas de fraude.

A Direção-Geral de Navegação (DGS) proibiu os licenciados de serviços de recrutamento e colocação (RPSLs) indianos de empregar marítimos indianos que possuam CoCs ou certificados de proficiência (CoPs) emitidos por administrações marítimas estrangeiras não verificadas, incluindo Honduras, Belize, Togo, Gabão e outras.

A medida ocorre em resposta a um aumento nas práticas fraudulentas de certificação, nas quais marítimos indianos — especialmente aqueles que trabalham como marinheiros — teriam sido enganados por agentes inescrupulosos que prometiam atualizações rápidas para certificações de nível de oficial de jurisdições estrangeiras, muitas vezes com pouco ou nenhum treinamento ou exame.

“Os princípios e objetivos fundamentais da Convenção STCW estão sendo minados”, afirmou o DGS, referindo-se à Convenção Internacional sobre Normas de Treinamento, Certificação e Serviço de Quarto para Marítimos.

Investigações do DGS revelaram um padrão preocupante: “pacotes” de documentos de treinamento falsificados e Certificados de Conduta estrangeiros sendo vendidos a marítimos por agentes na Índia e no exterior. Esses pacotes supostamente incluíam certificados de cursos de institutos marítimos inexistentes, não aprovados pela autoridade marítima da Índia nem pelas administrações estrangeiras que alegavam representar.

Alguns desses marítimos foram então colocados em embarcações de bandeira estrangeira — muitas vezes por meio de empresas RPSL indianas autorizadas e não autorizadas — sem a devida verificação. O golpe veio à tona depois que inspeções do Controle do Estado do Porto (PSC) sinalizaram inúmeros casos em que tripulantes indianos possuíam credenciais suspeitas.

A DGS observou que vários Códigos de Conduta emitidos por determinadas administrações estrangeiras já foram confiscados e as autoridades estão ativamente processando os agentes envolvidos. As autoridades marítimas emissoras também foram contatadas para iniciar procedimentos de cancelamento da documentação fraudulenta.

A diretiva já causou impacto no setor, especialmente entre os tripulantes indianos que trabalham sob Códigos de Conduta estrangeiros, muitos dos quais agora enfrentam insegurança no emprego e escrutínio legal. As autoridades afirmam que estão priorizando a identificação e a punição dos orquestradores dos esquemas, em vez dos marítimos que possam ter sido enganados.

"Essas atividades... não só causaram perturbações na vida dos marítimos... como têm o potencial de causar mais danos se não forem devidamente abordadas IMAGEMnesta fase", afirmou a DGS.